Poema de Rozana Gastaldi Cominal – Habite-se, presente na nossa antologia Chorando Pela Natureza: Poesia Geopolítica Ambiental. Leia de Graça.
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Rozana Gastaldi Cominal – Habite-se
Sinal de alerta
A mãe do Brasil é indígena*, a casa é de todos
Sinal dos tempos
Até quando os seres humanos vão viver cafangando?
Muitas são as incertezas para o devir
Verbos em profusão: catingar, ter, invadir
Verbos em extinção: cheirar, ser, provir
Sinal da cruz
— Valha-me, Deus! — o incréu , de joelhos, exclama
Carbonizadas estão fauna e flora na floresta
A terra que não aguenta mais
diante das chamas inclementes reclama:
tanto fez o homem, agora o que me resta?
Sinal fechado
Trânsito desfreado
Barbárie instaurada
Existência alguma importa
Expiram as manadas? Não, foram queimadas vivas!
Espiam os latifúndios? Sim, querem mais extração de minérios!
Sinal aberto
Parte do povo brasileiro aclama
às boiadas humanas:
Salvem a biodiversidade e os animais do país
Salvem as populações indígena, quilombola, ribeirinha, caiçara
S.O.S por hábitat, por morada, por manejo sustentável comunitário
Sinal de fumaça
dos povos originários
nossos ancestrais irmanados
em correntes solidárias conclamam:
venham cuidar do planeta
suas raízes ultrapassam o tupi or not tupi
[*Myrian Krexu, indígena da nação Guarani Mbyá, conhecida como Myrian Veloso, médica residente de cirurgia cardíaca, Brasil.]
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Poema: Habite-se
Poeta: Rozana Gastaldi Cominal
Voz: Jéssica Iancoski | @euiancoski
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