Poema de Belise Campos – Verde-Água , presente na nossa antologia Chorando Pela Natureza: Poesia Geopolítica Ambiental. Leia de Graça.
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Belise Campos – Verde-Água
A falta se deitou em mim,
E ali ficou plantada
Inerte como capim.
Me embrulhou de pavor e
Verde culpa do amanhã que não
Chega e do ontem que não
Vai.
A falta se espalhou em meu
Corpo, e só não se infiltrou
No horto colchão absorto
Porque sedento dela, evaporei-a
Para dentro, por completo,
Até o sol não nascer
E quando finalmente a luz se estendeu
À janela, o anoitecer se fechou
Na espera dos meus olhos lodo.
Somente a falta sentirá a minha
Ausência.
Rio com esta constatação, feito lago.
Na carência da curva que
Permaneceu em meu
Lábio, lápide escrita da revelação
Do que é a vida, uma alegria fugaz
– Jaz aqui aquele que a conheceu,
E até o fim a honrou.
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Poema: Verde-Água
Poeta: Belise Campos
Voz: Jéssica Iancoski | @euiancoski