Mineira, nascida na pequena Macaúbas filha, da Diquinha, neta da Dona Chica, meu pai um fazedor de magicas, que de batismo tinha o nome Waldemar, conhecido como Mario Rodrigues, por todos do lugar. Sou feita de capim rasteiro que espalha na serra, sou conta de rosários, que arrebentam ao rezar, sou milho de pipoca, estouro de alegria nas festas de São João. Sou devota de Santo Antônio, acredito na sorte e algumas vezes no azar. Sou esposa, mãe e avó, faço versos com o único motivo – voar.
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Perpetua Amorim – Desacreditado
Perdão! Tanto peço
Que hoje dispenso
As profecias descabidas
De padres, pastores e putas
Prefiro os palhaços
Debochando dos meus pecados tortos
E os poetas com suas paixões
Desacreditadas
Perdão!!!! Tanto faz
Hoje, não suporto mais
Os arroubos de ditadores corretos
E de seus seguidores, santos demais
Entupido os meus tímpanos calejados
Prefiro carregar bandeiras
Ser chamado de comunista
De malandro ou anarquista
Desacreditado!
Perdão! A quem peço?
Talvez ao morador da praça
Aquele que o transeunte acha graça
Da sua fome escancarada.
Da mulher seminua, sagrando sua vergonha
Na gargalhada de quem passa.
Desacreditada!
Perdão!
Não haverá perdão.
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Poema: Desacreditado
Poeta: Perpetua Amorim
Voz: Jéssica Iancoski | @euiancoski
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