Mineira, nascida na pequena Macaúbas, filha da Diquinha e neta da Dona Chica, meu pai um fazedor de mágica. Feita de capim rasteiro que espalha na serra, sou contas de rosários, que arrebentam ao rezar, sou milho de pipoca, estouro de alegria nas festas de São João.
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Perpétua Amorim – Auto de natal de um caboclo
Meia noite o galo cantô
Repetia em latim
Que o sarvadô minino
Veio ao mundo, logo ali
Vi uma luizinha lumiano
Bem em riba da estrebaria
As vacas tudo pastano
achando que era dia.
Acho que Jesuis nasceu
logo ali…..
Pras bandas do riberão
Sei não!
Vi três caboco correno
Com barde e cesto nas mão
Pra mode levá leite fresco
Rapadura , queijo e pão.
Se Maria e José
Hospedage não achô
Foi ter o Minino Deus
No meio dos animar
É porque a humanidade
Não carece de salvá
E a bondade do povo
Acabou de acabá.
Fico aqui matutano
Se Deus Minino falasse
E se o povo escuitasse
O que Ele tem pra dizer
O certo é que um mundo novo
Haveria de cada dia nasce.
Qual a mensagem que trais
Uma caminha de paia
Numa gruta cum animar
Pra vida toda engessada
Colada com pingos de “i”
iPhone, i-mail, instagran
internet, Interpol, intercept
Injuriado imploro:
É muito inguiço! Interceda Jesuizinho!
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Poema: Auto de natal de um caboclo
Poeta: Perpétua Amorim
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