Lilly Magaflor – Faça-se A Luz | Poesia Contemporânea

Profissional do marketing, mãe, mulher de 40 anos que por toda sua vida, foi apaixonada por Poesia. Seus poemas são delicados e existencialistas, transparecendo a alma observadora e sensível da poeta. Um mergulho lírico de muita intimidade.

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Poema: Faça-se A Luz

Poeta: Lilly Magaflor

Voz: Jéssica Iancoski | @euiancoski

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“Sorvendo da vida

pouco a pouco.

Luz e sombra.

Sempre opostos.

Sempre os opostos,

na infinita espiral de

informação da Existência.

Digladio interno.

Busco a luz,

mas a artificialidade

das luzes da cidade,

das luzes humanas,

que insistem em

não deixar a paz da

noite chegar.

A artificialidade

dessa luz,

cega, ofusca, torna

meus olhos de borboletas

exaustos!

Exaustos a artificialidade

dessa vida de humanidades

compulsórias, massificadas,

vendidas em cada esquina

das cidades de concreto,

cimento e asfalto.

Artificiais.

O cinza das cidades.

O artifício da não humanidade

abatendo o verde e a vida.

Prédios e avenidas.

A humanidade artificial,

desconexa, desligada,

dopada, correndo, dormente,

atolada, exausta.

Exausta, como meus olhos

nessa luz artificial.

Então, o escuro se faz.

Repentino, inesperado,

duro e seco como a bronca

de Deus em nossos

artifícios de fuga.

No escuro vejo estrelas.

Respiro _ finalmente! _

as estrelas, o firmamento.

O firmamento me conecta

com a ancestralidade.

Com o tempo em que víamos

desenhos no céu

e sonhávamos.

Porém, de sonhos

fizemos guerras, conquistas,

ganância, domínio.

Dos sonhos da contemplação,

fizemos a vida de cimento,

asfalto, plástico e botox.

O escuro vem e me deixa nua.

Desligada, sozinha no infinito.

No escuro, no vazio da

luz artificial que brilha e

não nos deixa dormir…

No escuro…

Foi no escuro que vi,

clara como o dia,

a minha Verdade.”

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