Francisco José Tenreiro – Canção do Mestiço | Poesia São-Tomense

Francisco José Tenreiro, foi um geógrafo e poeta são-tomense. Foi docente no Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, atual Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Nasceu em 1921 e faleceu em 1963.

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Poema: Canção do Mestiço

Poeta: Francisco José Tenreiro

Voz: Jéssica Iancoski | @euiancoski

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“Mestiço

Nasci do negro e do branco

e quem olhar para mim

é como que se olhasse

para um tabuleiro de xadrez:

a vista passando depressa

fica baralhando cor

no olho alumbrado de quem me vê.

Mestiço!

E tenho no peito uma alma grande

uma alma feita de adição.

Foi por isso que um dia

o branco cheio de raiva

contou os dedos das mãos

fez uma tabuada e falou grosso:

– mestiço!

a tua conta está errada.

Teu lugar é ao pé do negro.

Ah!

Mas eu não me danei…

e muito calminho

arrepanhei o meu cabelo para trás

fiz saltar fumo do meu cigarro

cantei alto

a minha gargalhada livre

que encheu o branco de calor!…

Mestiço!

Quando amo a branca

sou branco…

Quando amo a negra

sou negro.

Pois é…”

Descubra mais em www.jessicaiancoski.com

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