Raul de Melo Oliveira (Azir), de 17 anos e nascido em São Paulo, é dono de uma página-protótipo da qual posta experimentações em prosa e verso amadores (com as mais diversas temáticas filosóficas e narrativas oníricas); com a finalidade de, futuramente, enxergar toda a sua trajetória como escritor. A página é gerida e alimentada em conjunto a seu amigo, Igor Rivellino (Lamartine), que sonha ambiciosamente com o triunfo na carreira da escrita e editoração.
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Poema: Ares Bolcheviqueanos
Poeta: Raul de Melo
Voz: Jéssica Iancoski | @euiancoski
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“Este motriz carvão, que arde
sombriamente,
[igualmente inflama a alma
latente e inacesa dos carvoeiros.
Dos quais, quão os fez
poupados, com o tempo intrincado
e a matéria genocida, o vosso embaixador das cinzas?
[este condutor da locomotiva
inóspita e poluta.
Por nós, Deus, daqui
não mais infla
nossos pulmões
[com este ar sulfúrico.
Não mais lavrará teu carrasco
sangue com lágrimas
[de mercúrio e chumbo.
Que esta me é a tal
faina sonhada, pois não mais
me engana e fantasia
o Diabo petrolífero; hoje,
sou – com imenso anseio –
‘a mercadoria mais bruta’
[que vossa maculada moeda, em
sangue enxuta.
Não mais me sufoca
a longevidade
[risível.
Se quiser Deus, o meu
amanhã tilintará
como prata;
[inda que eu quisesse,
intangivelmente,
que tilintasse
como singela platina.
Pois então, basta-me a
ilusão de proleta; apenas me faça o favor das picaretas:
[e me cave o sepulcro ao lado
de meu legado insalubre e enegrecido.”
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