“Me chamo Railane, sou mulher, negra, Assistente Social e Residente em Saúde Coletiva, nasci em uma cidade chamada Rio Formoso, que fica localizada na Zona da Mata Sul de Pernambuco, hoje resido no Portal do Sertão Pernambucano, na cidade de Arcoverde. Venho através das palavras buscando instrumento terapêutico para encontrar o meu eu mulher-menina-criativa que o tempo insistiu e não conseguiu desfazer.”
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Poema: Escritas de uma dor de cabeça
Poeta e Voz: Railane do Carmo da Silva
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“Eu quero vomitar palavras
Quero que meus sentimentos rasguem meu peito
Descubra minha alma e retire as amarras que o tempo plantou
Quero (re)infeitar as raízes desse corpo
Quero que meu eu mulher-menina aflore e me faça gritar aos 4 cantos
O quanto sou minha, o quanto sou forte, o quanto ressignifiquei
Quero que as dores se esvaiam no ar
Nos meus passos e no meu pedalar de bicicleta e no meu pedalar da vida
Quero o meu pertencer, quero me pertencer
Quero buscar e reencontrar o que tiraram de mim e o que fizeram de mim
Quero perceber cada lágrima e lamentar e enxugar cada gota desse líquido salgado
Quero me pintar, me embelezar, quero dançar a vida e as músicas
Quero brincar na alegria e na dor dos dias e da vida
Quero cada certeza se desfazendo, fazendo e se refazendo
Quero cada pedaço gritando no meu ser
E quando eu chorar de dor, quero ter força, alegria e amor para me recompor
E juntar os cacos, pedaços e desamores que nessa vida brotou.”
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