Perpétua Amorim – Terra do Nunca | Antologia Poética Infâncias

Poema de Perpétua Amorim – Terra do Nunca, presente na nossa antologia poética Infâncias. Leia de Graça.

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Perpétua Amorim – Terra do Nunca

Venho de um lugar distante,

de um lugar onde ninguém,

nunca foi.

Fica além daqueles montes

rente as nuvens, que fazem rasantes

e o sol se deita pra dormir.

Minha casa é de espuma,

de uma espuma branca.

Tão branca…

Como ninguém nunca viu.

As janelas pequeninas,

têm flores de manacá

que exalam um cheiro bom,

vindo de lá pra cá.

Na porta da minha casa,

meu dragão dorme tranquilo

sem nada ouvir ao redor,

pois é surdo de velhice

e sofre de uma renite

que o impede incendiar.

Ah! minha rede de balanço,

eu prendi num arco-íris.

Duvide, se você quiser,

mas cada dia que passa,

uma cor vem embalar-me

e eu feito criança,

rabisco a tarde inteirinha,

até transformar o céu

que antes todo azul

vira noite, vira breu.

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Poema: Terra do Nunca

Poeta: Perpétua Amorim

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