António Jacinto do Amaral Martins foi um poeta nacionalista angolano. Foi fundador, com Viriato da Cruz, do muitíssimo efémero Partido Comunista Angolano (logo dissolvido no movimento nacionalista que ajudaram a formar). Esteve preso, por actividades políticas anti-coloniais. Nasceu em 1924 e faleceu em 1991.
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António Jacinto – Bailarina Negra
A noite
(Uma trompete, uma trompete)
fica no jazz
A noite
Sempre a noite
Sempre a indissolúvel noite
Sempre a trompete
Sempre a trépida trompete
Sempre o jazz
Sempre o xinguilante jazz
Um perfume de vida
esvoaça
adjaz
Serpente cabriolante
na ave-gesto da tua negra mão
Amor,
Vênus de quantas áfricas há,
vibrante e tonto, o ritmo no longe
preênsil endoudece
Amor
ritmo negro
no teu corpo negro
e os teus olhos
negros também
nos meus
são tantãs de fogo
amor.
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Poema: Bailarina Negra
Poeta: António Jacinto
Voz: Jéssica Iancoski | @euiancoski
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