Manuel Bandeira – Poema Desencanto | Poesia Brasileira

Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro. É considerado como parte da geração de 1922 do modernismo no Brasil. Seu poema “Os Sapos” foi o abre-alas da Semana de Arte Moderna. Nasceu em Recife em 1886 e faleceu em 1968, aos 82 anos.

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Poema: Desencanto

Poeta: Manuel Bandeira

Voz: Pedro Cardoso | @peti_gato

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“Eu faço versos como quem chora
De desalento… de desencanto…
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente…
Tristeza esparsa… remorso vão…
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
— Eu faço versos como quem morre.”

(Teresópolis, 1912)

[A cinza das horas, 1917]

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