Laura Riding Gottschalk, pseudônimo de Laura Reichenthal foi uma poetisa norte-americana, autora de poemas em prosa. A partir de 1963 passou a assinar os seus trabalhos como Laura Jackson. Recebeu o Prémio Bollingen pela sua poesia em 1991. Nasceu em 1901 e faleceu em 1991.
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Poeta: Laura Riding
Poema: Verdade
Tradução: Rodrigo Garcia Lopes
[Mindscapes – poemas. São Paulo: Iluminuras, 2004.]
Voz: Jéssica Iancoski | @euiancoski
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“Sempre procuramos a Verdade.
Ela tem medo de ser pega.
Livros são gaiolas.
Verdade não é um canário
Para ciscar palavras com paciência
E morrer depois de comer todas.
A verdade não gostaria de viver
Na cabeça ou na garganta ou no coração de alguém.
Não tente acha-la ali.
A verdade não é dríade pra ser punida numa arvore
A verdade não é nenhuma náiade.
A verdade certamente se afogaria numa fonte.
Deixe a terra em paz.
A verdade não deixa pegadas.
Não escute
Até o silencio se pôr com a lua.
A verdade não faz ruídos.
Não siga a luz
Que segue o sol
Que segue a noite.
A verdade dança além da luz
E do sol
E da noite.
A verdade não pode ser vista.
Deixe a curiosidade ficar em casa.
Ela pode se perder.
(A verdade freqüenta antros estranhos.)
Se, criança, o segredo se calça,
Um dia será imprudência.
Deixe a verdade em paz.
A verdade não pode ser pega.
Acho que ela não vive nada, não,
Pois teria medo de morrer, então.”
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