Poema de Mel Gomes – O Morto Vivo, para o fechamento do especial Novos Autores Pela Diversidade.
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Mel Gomes – O Morto Vivo
Quando o verso é dito trincado, os pontos que não deram rede, a vida que não cansa de partir.
O princípio, o jeito esguiado.
Sangue no chão, e a alma jogada.
Na mão, escorre o tempo.
E a força é uma brincadeira de roda.
Os ponteiros desandam e descosturam as 24h.
Aliás, isso tudo é uma grande bobagem, feita para costurar pessoas em amarras destruídas.
Bobagem –
Viver somente de derrames é uma falência construída entre os minutos líquidos em que nos prenderam a liberdade.
Amor, e se faz ódio.
Sorriso, e se faz pranto.
A ponte, o esquecimento, o meio do colapso.
Tudo-nada:
Uma roda que queima ventos, se batem para sentir vida, e saem jorrados.
(Mortos).
Um poema, quando se fala de vida, nunca continua.
Há sempre um fim penoso no juízo final.
Que pena, José!
A vida ainda é uma pena.
E só o louco que vê, sabe.
Mas não viu.
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Poema: O Morto Vivo
Poeta: Mel Gomes
Voz: Jéssica Iancoski | @euiancoski