Natalie Diaz nasceu em Needles, Califórnia. Ela é uma poetisa americana Latina e Mojave. Cresceu em um vilarejo indígena Mojave. Estudou em Old Dominion University, onde se formou em Poesia e Ficção. Em 2021 venceu o Prêmio Pulitzer pelo seu segundo livro de poesia, Poema de Amor Pós-Colonial, o qual aborda a violência pós-colonial que os nativos americanos sofreram no passado e que ainda sofrem nos tempos atuais.
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Poema: Como a Via Láctea foi feita
Poeta: Natalie Diaz
Tradução: Belise Campos
Voz: Jéssica Iancoski | @euiancoski
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“Meu rio foi uma vez inseparado. Foi Colorado. Vermelho-
inunda rápido. Capaz de tomar
tudo o que poderia ser molhado—em uma corrida selvagem—
em meio ao seu caminho para o México.
Agora está destruído por quinze mil represas
mais de mil quatrocentas e cinquenta milhas,
tubos e bombas enchendo
irrigadores e sedentas piscinas
por Los Angeles e Las Vegas.
Para salvar os nossos peixes, nós os tiramos da árida estiagem,
os libertamos em nossos céus, junto ao púrpura da folhagem—
‘Achii ‘ahan, salmão Mojave,
alado peixe do Colorado—
Lá em cima plana como ave, por entre os astros.
Você os vê agora—
inundam o céu, em um verde-aurora,
barriga e peitos brancos como a lua—
percorrendo seu caminho com velocidade, na hora mais escura,
ondulando a água do céu-safira, como uma estrada galáctica
O rastro que eles arrastam enquanto fazem seu caminho
pelo céu noturno é chamado
‘Achii ‘ahan nyuunye—
Nossas palavras paraVia Láctea.
O coiote também está lá, agachado atrás da lua,
após sua tentativa falha de pular, a rede de pesca molhada
e vazia, pendurada nas costas nuas—
um prisioneiro azul que sonha
aos dentes, abrir o zíper da pele sedosa do salmão
Oh, assim é a fraqueza de qualquer boca
que se entrega ao universo
de um corpo de leite doce.
Assim como intercede à minha própria boca a sonhar com sede
os longos caminhos do desejo, as estradas de cem mil anos-luz
Entre a sua garganta e coxas.”
Descubra mais em www.jessicaiancoski.com
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